Razões de funcionamento
Adaptado o dizer de Agustina Bessa Luís à realidade desta instituição, a Banda Marcial de Fermentelos ”não vale só pelo que tem, mas por aquilo que multiplica”.
E porque a capacidade de autonomia da instituição está intrinsecamente dependente da Escola de Música, a Banda Marcial de Fermentelos disponibiliza um corpo docente de qualidade e bem assim a utilização dos equipamentos, (salas, instrumentos e material de apoio) necessários para que a formação musical possa atingir um nível de elevada qualidade, como forma de dar sustentabilidade à Banda e à Orquestra Ligeira.
Todavia, esta não será uma aposta ganha sem o empenho dos Pais e Encarregados de Educação, pois é a estes que cabe reconhecer esta Escola de Música como via de enriquecimento cívico e cultural dos seus filhos e educandos.
Embora não sendo oficializada, a Escola de Música da Banda Marcial de Fermentelos sempre se constituiu com uma estrutura semelhante a um Conservatório de Música.
O espírito que se vive na Escola de Música e a irreverência dos alunos que actualmente a frequentam, desde os mais novos aos mais velhos, são um sinal claro de que o futuro da Banda será auspicioso em termos técnicos e humanos.
PORQUE RAZÃO É A MÚSICA TÃO IMPORTANTE?
Existe uma indesmentível e forte correlação entre a educação da música e o desenvolvimento das habilitações que as crianças necessitam para se tornarem bem sucedidas na vida. Autodisciplina, paciência, sensibilidade, coordenação, e a capacidade de memorização e de concentração são valorizadas com o estudo da música. Estas qualidades acompanharão as crianças em qualquer caminho que escolham para a sua vida. A aprendizagem da música pode ter uma influência na formação das crianças que é apenas secundada pelo amor dos pais. Quem procura uma forma de proporcionar aos seus filhos e filhas uma fonte de alegria, bem-estar e realização pessoal, tem a aprendizagem de música para bebés e crianças um excelente primeiro passo.
Os estudantes de música aprendem a ser artesãos: aprendem como detalhes são cuidadosamente colocados em conjunto para criar belas, e não meramente medíocres, sonoridades. Através do estudo da música os alunos aprendem o valor do esforço sustentado para atingir a excelência e os resultados concretos do trabalho árduo.
O estudo da música também valoriza o trabalho em equipa: para que uma orquestra tenha sucesso, todos os seus elementos têm que se comprometer a aprender a música, participar em ensaios, e praticar música em conjunto, harmoniosamente e com um objectivo colectivo.
A música proporciona um importante modo de expressão pessoal. Todos sentimos a necessidade de estar em contacto com os nossos parceiros e amigos. A auto-estima é um subproduto desta expressividade.
A prática da música ensina aos alunos a ultrapassar o medo e a assumir riscos. Um pouco de ansiedade é algo positivo, e que ocorre frequentemente ao longo da vida. Aprender como lidar com a ansiedade mais cedo e com frequência faz com que seja um problema menor mais tarde. A assunção de riscos é essencial para que uma criança desenvolva todo o seu potencial.
O estudo da música encoraja a autodisciplina e a diligência, características que se repercutirão nas actividades intelectuais sob a forma de estudo efectivo e hábitos de trabalho. Uma associação entre a música e a matemática de há muito é notada. Praticar música promove a expressão pessoal e proporciona auto gratificação ao mesmo tempo que dá prazer aos outros.
As crianças que aprendem a gostar de ouvir música, adquirem uma nova disciplina menta l e uma competência física, adquirem comportamentos e autoconfiança. As lições de música também melhoram o desenvolvimento da capacidade das crianças para pensarem lógica e analiticamente, aumentam a sua concentração, cognição e desenvolvimento motor; com uma orientação correcta, a música pode ajudar ao crescimento pessoal das crianças, assim como a sua expressão individual e autoconfiança não somente na sua mente, mas também na alma e espírito.
Benefícios Resultantes do Estudo da Música
Ajuda as crianças a desenvolver o amor pela música e proporciona um bom ambiente para se fazerem amigos.
Maximiza o potencial das crianças para a música e desenvolve a criança na sua totalidade.
Melhora o desenvolvimento cerebral e aumenta as capacidades motoras.
Ajuda as crianças a desenvolver um “ouvido musical” e facilita o relacionamento entre pais e filhos.
Aumenta a compreensão dos conceitos matemáticos e ensina as crianças a concentrar-se e a adquirir bons hábitos de trabalho.
Ajuda as crianças a aprenderem a trabalhar em conjunto, sendo o meio adequado para o desenvolvimento da expressão pessoal.
Realiza auto-estima e confiança e ensina a disciplina e a responsabilidade.
Melhora e aumenta a capacidade de memorização e ajuda as crianças a desenvolverem a imaginação.
As Crianças e a Música
As crianças que aprendem desde muito pequenas a tocar um instrumento musical desenvolvem mais a capacidade de raciocínio do que outras que não o fazem.
Alguns especialistas referem que este desenvolvimento se deve ao facto de haver uma relação de proximidade entre a localização da região cerebral onde se processa a música e o raciocínio espacial serem em sistemas semelhantes. No entanto, esse efeito não se alcança com a mera audição musical, mas sim com a respectiva produção. E por isso, não basta que as crianças sejam meros consumidores passivos de música, mas sim que a produzam, tocando um qualquer instrumento musical, quanto mais cedo melhor.
Não é a ouvir música clássica como ainda é comum pensar-se: é a tocar, por mais “pimba” que seja a música.
Cada criança é única e desenvolve-se segundo o seu próprio ritmo: no entanto, são as seguintes as etapas de desenvolvimento no âmbito musical que é comum a todas elas:
I - ANTES DO NASCIMENTO
Uma criança no ventre materno ouve sons 20 semanas após a concepção.
I I - DOS 0 AOS 18 MESES
Da concepção até aos 18 meses as crianças desenvolvem-se rapidamente e a sua resposta à actividade musical é não só gratificante mas altamente benéfica para o seu desenvolvimento geral. Quando nascem podem já ouvir sons agudos, podem acalmar-se com sons graves e localizar sons produzidos à sua frent . Assustar-se-ão com sons repentinos e altos. Por volta das quatro semanas preferem os sons agudos e começam a responder ao som da voz dos pais. São capazes de reconhecer se o som vem de frente ou de trás. A partir dos três meses podem já responder activamente à música através, por exemplo, do balanceamento ou da mudança de posição. Podem já vocalizar sons vogais como o «aaah», «eeeh» ou «oooh». Às 20 semanas começam a reconhecer as vozes familiares e a responder de modo diferente a vozes estranhas. Por volta dos 6 meses começam a imitar sons. Às 28 semanas começam a olhar em direcção a sons produzidos por cima ou por baixo de si e a distinguir melodias. Aos 9 meses começam a responder a melodias familiares. O seu palrar pode seguir um padrão semelhante. A partir de 1 ano de idade perderão a capacidade de ouvir sons muito agudos mas começam a descobrir o pulso musical e a criar sons ao martelarem com objectos de brincar. Algumas crianças dizem as primeiras palavras aos 8 meses. A maioria começa a falar a partir dos 18 meses e algumas demoram mais algum tempo. Cantar para o seu filho pode ajudar a acelerar o processo.
I I I - DOS 18 MESES AOS 3 ANOS
A partir dos 18 meses as crianças podem começar a responder à música de um modo coordenado. A capacidade da fala pode desenvolver-se mais rapidamente através do canto e da imitação. O movimento e a resposta à música podem ajudar a desenvolver a memória e a coordenação mãos/olhos. Aprendem a distinguir sons altos e baixos, rápidos e lentos. Começam a tomar consciência de uma batida na música e a reconhecer ritmos diferentes. Começam a aprender as palavras de canções simples e a desenvolver a coordenação necessária para tocar instrumentos simples, nomeadamente tambores e campaínhas. Isto sucede quando começam a cooperar com outras crianças.
I V - DOS 3 AOS 5 ANOS
As crianças começam a ter maior consciência da intensidade e ritmo dos sons. Aprendem a cantar canções mais complexas à medida que evoluem as suas capacidades de fala e as suas cordas vocais. Enfrentam melhor as sofisticadas variações da música. Tem mais prazer em tocar e explorar novos sons de novos instrumentos musicais.
V - DOS 5 AOS 7 ANOS
As crianças adquirem maior força vocal, aumentando a sua amplitude. Desenvolvem uma melhor memória musical através da repetição de canções e de padrões. Começam a compreender conceitos musicais simples. São capazes de tocar instrumentos simples de percussão e, dada a oportunidade, serão capazes de elaborar curtas melodias em instrumentos de teclas e xilofones. Algumas crianças podem desenvolver por esta altura uma paixão pela música pop embora também possa acontecer mais cedo. Esta é uma idade crucial que necessita de encorajamento porque muitas crianças, especialmente os rapazes, páram naturalmente de cantar e mostram-se relutantes em continuar com a prática de instrumentos musicais.
V I - DOS 7 AOS 11 ANOS
As crianças podem actuar e compor com uma maior confiança. Talvez possam querer aprender um instrumento. Tornam-se mais familiarizadas com computadores e começam a descobrir a tecnologia musical: desenvolvem o gosto pela música, aprendem a improvisar e começam a discutir e a avaliar a música.
V I I - DOS 11 AOS 14 ANOS
Começam a experimentar as alterações físicas decorrentes da puberdade e adolescência. A partir dos 11 anos, a voz dos rapazes começa a mudar e a das raparigas tornar-se mais profunda. Estas alterações podem ocorrer muito mais tarde. Podem «adoptar» um instrumento musical ou até dois. Podem eventualmente decidir fazer um exame no ensino oficial. Desenvolvem a técnica vocal e a expressão vocal. Podem começar a aprender a pensar a música de uma forma mais crítica e analítica. Ganham conhecimentos mais avançados em computadores e em Tecnologias de Informação e Comunicação. Podem começar a pensar em enveredar por uma carreira musical. Desenvolvem a sua própria identidade musical e podem desenvolver uma paixão pelos desafios que a música proporciona.
V I I I - DOS 14 AOS 16 ANOS
Podem começar a pensar em seguir apenas o ensino da música. Podem começar a pensar em seguir uma carreira na música, seja como DJ ou como maestro de música clássica. Se não aconteceu já, a voz dos rapazes começa a mudar e a das raparigas torna-se mais profunda. Aprendem a articular as suas opiniões sobre música e a justificar as suas paixões musicais. Podem decidir aprender a tocar um ou dois instrumentos.
Oferta Formativa
As classes da Escola de Música da Banda Marcial de Fermentelos estão divididas por escalões etários:
- Escalão infantil “Os Bandinhos” (dos 3 aos 6 anos)
Incentivo à descoberta da música e dos sons, através de jogos, canções, demonstrações de instrumentos e audições. Visa despertar o sentido musical e a memória auditiva e introduzir pequenos conceitos básicos como altura, intensidade, duração e timbre, de forma superficial, visto ser uma idade em que não há domínio da linguagem escrita.
- Escalão de Iniciação “Os Benjamins” (a partir dos 6 anos)
Introdução a conceitos musicais escritos, solfejo rítmico e entoado, desenvolvimento técnico de canto entoado e improvisação.
- Escalão de Desenvolvimento “Os Liras” (até aos 18 anos )
Desenvolvimento dos conhecimentos adquiridos; introdução a sistemas de acordes e escalas, funções tonais, ritmos alternados e polirritmos. Conceitos básicos de estilos musicais e história da música.
- Escalão de adultos “Bandómanos” (maiores de 18 anos )
Desenvolvimento dos conhecimentos adquiridos; introdução a sistemas de acordes e escalas, funções tonais, ritmos alternados e polirritmos. Conceitos básicos de estilos musicais e história da música. Adaptação do planeamento às necessidades específicas da turma, tendo em conta a idade e nível dos alunos.
- Instrumento
Desenvolvimento técnico e interpretativo ao nível do instrumento: aulas individuais ministradas para os seguintes instrumentos: Flauta; Oboé; Fagote; Clarinete; Saxofone; Trompa; Trompete; Trombone; Bombardino; Tuba e Percussão.
- Classes de Conjunto
Ensaio e execução de peças em agrupamentos instrumentais e/ou vocais diversos:
“Bandinhos” -> Percussões e vocais.
- Iniciação –> Duos, trios e quartetos instrumentais (música de câmara).
- Desenvolvimento –> Banda Juvenil (com colaboração de elementos da banda “sénior”) – abordagem a obras de repertório de orquestra de sopros e percussão de níveis 1, 2 e 3.
- Desenvolvimento e executantes na generalidade –> Banda de Música